No dicionário, carreira é definida como curso ou trajetória; mas em sua definição também aparece a palavra profissão. Portanto, carreira pode ser entendida como a trilha por onde o indivíduo caminha ao longo de sua trajetória profissional. Muitos trabalhadores gabaritados reclamam que a empresa não investe em suas carreiras. A pergunta aqui é: Por que se acredita que a carreira escolhida na universidade ou no ensino médio passa a ser de responsabilidade da organização onde se trabalha? Só porque a empresa possui profissionais conhecedores do tema, não significa que estes devem decidir qual o melhor caminho profissional a ser trilhado por um indivíduo. Cada um deve ser responsável pelas escolhas da profissão, e dos cursos necessários a especialização em determinado assunto.
Apenas a pessoa, conhecedora de seus pontos fortes e limitações, e ciente de seus sentimentos, pode apontar o caminho mais confortável e proveitoso para um desenvolvimento pleno em sua vida pessoal e profissional. O poeta e compositor Caetano Veloso disse que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Na busca pela melhor forma de desenvolver atividades produtivas no mercado algumas questões devem ser respondidas pelo indivíduo, visando uma escolha adequada deste percurso:
- Qual o melhor horário para produzir (horário comercial, turnos, meio expediente, na noite e madrugada)?
- Quais as condições mais adequadas para desenvolver uma atividade (sob pressão, sendo desafiado, seguindo orientações grupais, dirigindo-se com autonomia, desenvolvendo atividades variadas, tratando do desenvolvimento de outras pessoas)?
- Qual o tipo de orientação motivacional mais adequada (participação em uma coletividade de convivência social harmônica, realização de atividades de muita ação, utilização da lógica e do conhecimento para organizar tarefas, resolução de conflitos pela negociação)?
- Qual a área do conhecimento humano mais empolgante (social, de saúde, tecnológica, política, econômica, religiosa, filosófica)?
- Qual o tipo de atividade organizacional mais atraente (operacional, de pesquisa, relacional, técnica, de apoio, de gestão, empreendedora)?
Estas respostas são pessoais e intransferíveis, e devem ser de conhecimento explícito de cada indivíduo. Só assim a escolha mais adequada de profissão, carreira e relacionamento com a sociedade e o mercado poderá ser feita.
Outros fatores mais pessoais que devem ser entendidos na busca individual pelo desenvolvimento profissional em uma carreira, dizem respeito a como o indivíduo percebe o mundo.
- Como uma informação é percebida e interpretada (a partir de coisas mais palpáveis e concretas ou a partir de intuições e de informações teóricas)?
- Como as decisões são tomadas (com base na lógica e nos argumentos racionais ou com base nos sentimentos e insights)?
- Como é obtida a energia necessária para realizar coisas (através das ações ou através das ideias)?
- Como pode ser avaliada a relação com o mundo (por julgamentos ou pela percepção)?
Conhecidos estes fatores pessoais, e a partir deles, é possível encontrar as zonas de mais conforto e aquelas de maior desafio de cada indivíduo.
Considerando esta série de entendimentos necessários ao autoconhecimento da pessoa para encaminhá-la a um plano de carreira mais apropriado, como é possível entregar esta missão pessoal a uma área de recursos humanos de uma empresa? Mesmo que ela estivesse preparada para estimular este saber, não poderia fazer reflexões e questionamentos que são de foro íntimo de cada um. Daí o mito da frase “O RH precisa preparar um plano de carreira para mim”. É perda de tempo e dinheiro, além de fonte de frustrações. Cada pessoa deve preparar seu plano de carreira, a partir da descoberta de si mesmo, e avaliar que treinamentos, que saberes a empresa possui para contribuir no crescimento de cada profissional. Se não forem suficientes, deve-se busca-los fora dela, por conta própria. Não é razoável se conformar com qualquer outro modo de desenvolver a própria carreira. O Presidente John F. Kennedy costumava dizer que “O conformismo é carcereiro da liberdade e o inimigo do crescimento”.
Referências
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 6ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2013;
The Myers & Briggs Foundation. MBTI Basics. Disponível em http://www.myersbriggs.org/my-mbti-personality-type/mbti-basics/. Consultado em 07/06/2015.
Para saber mais sobre o tema visite o site da Quântica Treinamento Empresarial em http://www.quanticaconsultoria.com
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