A Biomimética e a Gestão de Negócios

Samir de Oliveira Ramos, gerente de uma grande empresa de telecomunicações, chamava a atenção de um acadêmico e consultor de gestão de negócios sobre a importância do biomimetismo das modernas invenções que chegam ao mercado, e da necessidade desta ciência no mundo dos negócios. A Biomimética, que ao pé da letra significa imitação da vida, é uma área da ciência que estuda as estruturas biológicas e suas funções, procurando aprender com a Natureza suas estratégias e soluções, e utilizar esse conhecimento em diferentes domínios. Hoje, os estudos desta área já fornecem soluções para os campos de estruturas e materiais, mecanismos e processos, controles, sensores e comunicações. Contudo, a Administração moderna ainda não está em sintonia com esta tendência. Em gestão empresarial, por exemplo, algumas das funções e estruturas biológicas são modelos a serem copiados na administração de um negócio:

Montar uma Estrutura Organizacional em Rede Neural: As estruturas organizacionais tradicionais, em especial aquelas piramidais, têm seu espaço a cada dia diminuído, não só pela forte transformação que sofre a sociedade hoje, em direção à sua maioridade, bem como pela ineficiência de seus mecanismos de difusão dos planos e objetivos da organização, e de acompanhamento e propostas para melhoria dos resultados. As estruturas em rede neural apresentam-se como uma alternativa moderna e mais orgânica a estas estruturas tradicionais, com vantagens na sua utilização tanto na velocidade quanto na precisão dos resultados das organizações que a utilizam: Trabalhar em redes neurais, a exemplo do que acontece com os neurônios do corpo humano, significa trabalhar com satélites ou nódulos espalhados geográfica ou funcionalmente em todas as unidades da organização. Atribuir mais empowerment às unidades satélites, relacionando-se com elas de forma funcional, não de forma hierárquica. Respeitar a iniciativa e promover o rodízio de coordenação de projetos e atividades entre os nódulos.

Trabalhar em Equipe com Liderança Descentralizada: O sistema nervoso autônomo do corpo humano funciona de forma independente do central, controlando a função involuntária de diversos órgãos, já que a maior parte da sua atividade não chega ao córtex. Se um organismo complexo como um ser humano possui esta forma descentralizada de operar até os batimentos cardíacos, por que uma empresa precisa levar todas as suas decisões importantes para seu órgão central?  “The Voca People” é um grupo musical israelense composto por cinco homens e três mulheres. O trabalho do grupo parte de uma fusão da Capela (canções sem acompanhamento instrumental) com o Beat-Box (sintetização vocal de instrumentos). O conjunto não tem maestro nem uma liderança central. Sua forma de operar baseia-se em dar a cada membro do grupo autonomia na sua parte do conjunto. Beat On: Boaz Ben David; Scratcher: Inon Ben David; Tubas: Eyal Cohen; Tenor: Gilan Shahaf; Alta: Adi Kozlovsky; Mezzo: Naama Levy; Baritono: Oded Goldstein; Soprana: Rahmin Liraz. O grupo, um verdadeiro conjunto de instrumentos e vozes, não necessita de quem marque seus tempos ou dispare seus movimentos. As pessoas certas escolhidas para cada função e a preocupação de todos em conhecer o processo e seus papéis em cada música tocada são o segredo do bom funcionamento desta equipe.

Implantar Modelos Biológicos de Gestão: Oscar Motomura, criador da AMANA-KEY, uma empresa de consultoria e educação executiva especializada em inovações radicais nas áreas de gestão, estratégia e liderança de organizações complexas, em seu artigo intitulado “Gestão Biológica: A forma integrativa de conduzir organizações à sustentabilidade total” (2003) apresenta as organizações não como máquinas, mas sim como organismos vivos. Para que esta visão seja uma realidade nas empresas, Motomura recomenda que:

  • Seja exercitada a capacidade de lidar com conceitos abstratos de forma fluente e refinada, ao invés de, quase obsessivamente, prender-se ao técnico e ao pragmático;
  • A organização tenha pessoas que aliem capacidade conceitual a senso prático. O trabalho com premissas exige capacidade conceitual;
  • Cada membro da empresa evolua sua forma de pensar e compreender o mundo. Esta não é uma tarefa técnica. É uma jornada de crescimento interior. E assim sendo, não é algo que possa ser imposto de cima para baixo, ou de fora para dentro. No máximo, essa evolução pode ser facilitada por processos educacionais positivos, construtivos, que respeitem o ser humano no seu todo.

Em resumo, existem relações constantes entre a forma de organizar o trabalho e as estruturas e funções da Natureza que podem ajudar a encontrar soluções de concepção. A Biomimética é uma abordagem orientada para aplicar as lições funcionais e de design e da Natureza, buscando solucionar os problemas do homem, incluindo os de gestão empresarial. Citando o Mestre dos mestres: “Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça!”

Para saber mais sobre o tema visite o site da Quântica Treinamento Empresarial em http://www.quanticaconsultoria.com

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