Relação da Biossíntese com o Mundo dos Negócios

O conceito original de Biossíntese vem da química e da biologia e remete à produção de compostos químicos complexos, como proteínas e ácidos nucleicos a partir de reagentes mais simples catalisados por enzimas. Ao contrário da síntese química, a biossíntese ocorre dentro dos organismos vivos e é parte vital do metabolismo. Contudo, Biossíntese também pode ser definida como uma linha de psicoterapia elaborada pelo educador inglês David Boadella (1992), a partir dos ensinamentos do médico e psicoterapeuta Wilhelm Reich. O objetivo dela é integrar as inteligências corporal, emocional, social e espiritual da pessoa para que os fluxos de movimentos, sentimentos e pensamentos aconteçam de forma harmoniosa, promovendo a saúde e a felicidade ao indivíduo. De acordo com a Escola de Biossíntese do Rio de Janeiro (2014), entidade ligada à International Foundation for Biosynthesis da Alemanha, “o conceito central da Biossíntese é a existência de três correntes energéticas fundamentais no corpo associadas às três camadas de células germinativas no embrião (ectoderma, mesoderma e endoderma); a partir das quais se formam os diferentes órgãos.” Ela tem “como base esses princípios da embriologia funcional, integrando e coordenando padrões de respiração, tônus muscular e de expressão emocional, conectando assim três áreas fundamentais da nossa qualidade humana: nossa existência física, nossa experiência psicológica e nossa essência fundamental”.

Mas qual a relação da Biossíntese com o mundo dos negócios? O elemento de ligação entre esta linha psicoterápica e o mercado, é a pessoa, que desenvolve no mundo dos negócios o papel de Profissional. O indivíduo necessita estar na sua melhor condição para ajudar o todo; é necessário que um profissional esteja gozando de boa saúde, com equilíbrio emocional para dar sua contribuição a um grupo de trabalho com a maior criatividade possível. Caso estes fatores estejam alinhados, seu trabalho pode trazer benefícios à empresa, além de paz de espírito e felicidade à pessoa. Mas o que é preciso para que o profissional desenvolva esta condição?

O professor Cipriano Carlos Luckesi em um artigo intitulado “Educação, Ludicidade e Prevenção das Neuroses Futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese”, afirma que, frente às necessidades emergentes do século XXI, uma pessoa necessita ser preparada em três competências, que derivam dos conceitos da Biossíntese, para alcançar a plenitude como profissional e como pessoa. Luckesi chama este estado de “o ser humano na sua totalidade biopsicoespiritual”. Os conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao alcance deste estado são:

1. Aprender a ser: Que envolve trabalhar o desenvolvimento do indivíduo em itens pouco abordados no atual processo educacional como o autoconhecimento, a auto-realização, a consciência de seus compromissos com os diversos grupos da sociedade (trabalho, família, amigos e associações), e as formas de expressar suas contribuições e necessidades;

2. Organizar os campos da emoção e da espiritualidade: Que se refere aos quatro campos morfoenergéticos de um indivíduo que são: O campo biológico, o mental, o emocional e o espiritual. No primeiro, o indivíduo pode se organizar entendendo a biologia de nosso organismo com os mais diversos profissionais da área de saúde hoje existentes; no segundo, é possível se organizar a partir de uma educação mais voltada à filosofia e às ciências. Contudo, no terceiro campo ainda há muito a caminhar: É precária a vivência dos processos emocionais por uma pessoa, e poucos são os conhecimentos básicos de psicologia que detém um cidadão comum. No quarto, o campo espiritual, é onde ainda estamos engatinhando: Considerando a totalidade de almas vivas no planeta, pouquíssimos são os indivíduos que iniciaram processos verdadeiros de busca da espiritualidade, através de estados sutis de consciência. Muitos são ainda os que sequer acreditam na existência deste campo energético;

3. Prevenir neuroses e traumas futuros e restaurar neuroses e traumas passados: O artigo de Cipriano Luckesi diz que “traumas são marcas psicológicas profundas decorrentes de atos bruscos ou de sucessivas privações, que geram condutas automáticas no ser humano, a partir de bases inconscientes; e usualmente, são ações reativas”. Existe, portanto, a necessidade de primeiramente reconhecer o trauma, o que só será possível com uma das práticas propostas no item 1 (aprender a ser): O autoconhecimento. Depois disto, é mandatório prevenir neuroses e traumas futuros e restaurar os passados, com os recursos da educação psicoterapêutica.

Em resumo, as práticas e aprendizados derivados do conceito da Biossíntese podem liberar um indivíduo das “dentadas do mundo”, equilibrar sua emoção e espiritualidade, além de ajuda-lo a conhecer o seu verdadeiro eu, seus desejos e limitações. A partir destas práticas, a pessoa passa a ter maior probabilidade de desenvolver seu potencial na totalidade, agregando muito mais valor a qualquer grupo social, incluídas as organizações que operam no mercado.

Referências:

BOADELLA, David. Correntes da Vida Uma Introdução à Biossíntese. São Paulo: Grupo Editorial Summus, 1992.

Escola de Biossíntese do Rio de janeiro. Biossíntese: Origem, Conceito e Aplicação. Disponível no site http://www.biossintese.psc.br/biossintese.php. Consultado em 08/07/2014.

LUCKEISI, Cipriano Carlos. Educação, Ludicidade e Prevenção das Neuroses Futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese. Disponível no site http://www.luckesi.com.br/artigoseducacaoludicidade.htm. Consultado em 09/07/2014.

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