Ciência e espiritualidade, esta última quase sempre representada por religiões ou filosofias orientais, sempre divergiram em questões chave para o autoconhecimento dos indivíduos. Com o passar dos séculos, em especial no último, a ciência vêm reconhecendo e comprovando a veracidade de crenças espirituais milenares. Estranhamente, no cenário atual muitas pessoas bem formadas, com um vasto conjunto de informações disponíveis nas mídias, recusam-se a aceitar fatos científicos, que muitos no passado acolhiam apenas por um ato de fé. Para que se possa refletir sobre este misterioso fenômeno psicológico, Kirstie Pursey, em seu artigo para a revista Learning Mind, aponta cinco destas crenças, que com o passar do tempo e o desenvolver da ciência, provaram-se fatos:
A. O tempo é uma ilusão
De acordo com a filosofia budista, não há distinção entre passado, presente e futuro. Tudo o que nós experimentamos é apenas uma série de momentos presentes, o que significa que existe dentro de cada um de nós todos os tempos. Os cientistas ridicularizaram essa crença antiga por anos, até que Einstein provou que ela era realmente verdade. O tempo é relativo, pois uma pessoa em uma nave espacial muito rápida, próxima à velocidade da luz, é capaz de experimentar vários dias enquanto outra pessoa parada na terra experimentará simultaneamente apenas algumas horas ou minutos.
B. A matéria é uma ilusão
As grandes tradições espirituais da Índia comumente ensinam que o mundo é Maya, normalmente traduzido como “ilusão” ou “irrealidade”.
Tal soa contraditório com a nossa percepção do mundo onde as coisas parecem sólidas e reais. No entanto, a ideia de que a aparente solidez dos objetos é na verdade uma ilusão, é apoiada pela ciência. Cada objeto sólido é composto por átomos. Quando os físicos quânticos olharam atentamente para estes átomos, encontraram blocos de construção cada vez menores e cada vez mais espaço vazio. Não há nada sólido no interior destes aparentemente maciços objetos. A “matéria” consiste de minúsculas cordas vibrantes de energia.
C. A morte é meramente uma mudança de forma
Filosofias e crenças espirituais em torno da morte são numerosas, partindo das ideias de céu até chegar às crenças na reencarnação. No entanto, nos tempos modernos, muitas pessoas acreditam que a morte é o fim, levando à completa aniquilação do corpo humano e, consequentemente da pessoa.
Mas mais uma vez, o pensamento convencional foi virado de cabeça para baixo pelo gênio científico. O princípio de conservação da energia prevê que esta não pode ser criada ou destruída, só pode ser alterada de uma forma para outra. Portanto, nada realmente deixa de existir. Quando se morre, ao invés de desaparecer da existência se experimenta apenas uma mudança de forma para outro tipo de energia.
D. Nossos pensamentos criam a nossa realidade
A partir de antigas filosofias e crenças espirituais, chegando às teorias da era moderna, muitas pessoas acreditam que nossos pensamentos criam a nossa realidade. Embora a ciência newtoniana tenha argumentado que vivemos em um universo mecânico, onde tudo poderia ser reduzido à causa e efeito, algumas pessoas continuaram acreditando no poder da mente humana para mudar o mundo. E então o campo da física quântica nasceu, modificando a forma como os cientistas encaram a realidade objetiva: O observador altera aquilo que é observado pelo simples ato de observar.
E. O amor realmente pode mudar o mundo
Os Beatles podem ter ecoado antigas crenças espirituais quando cantaram: “Tudo que você precisa é amor”. Mas a ciência indicou que o amor pode realmente ser capaz de mudar o mundo.
O Dr. Masaru Emoto expôs água à diferentes palavras, imagens, orações e músicas. Emoto, utilizou para isto experiências positivas e negativas, incluindo as palavras “amor e gratidão” e, “Você me deixa doente. Vou te matar”.
Surpreendentemente, quando as porções de água foram subsequentemente congeladas, aquela que tinha sido exposta às experiências positivas formava belos cristais de gelo simétricos, enquanto a água exposta às palavras negativas tomou formas bruscas e feias.
Mas o que fazer com estas constatações científicas na prática? Bem, primeiro é preciso que se internalize o fato, ou seja, que estas realidades substituam os conceitos estabelecidos antes de serem comprovadas pela ciência. Em segundo lugar, algumas atitudes devem ser tomadas em causa própria, visando uma vida mais plena e consciente:
- Sobre o tempo: Já que ele não é um fluir, mas uma grandeza como a distância ou o peso, administre-o melhor, como se otimizasse um apartamento com pouco espaço. Aproveite cada cantinho e separe alguns pedaços dele para você;
- Sobre a matéria: Se nossos corpos são constituídos por energia, é preciso entender como utilizar esta matriz energética em nosso próprio favor. Isto significa que pensamento, ânimo, determinação, entusiasmo, vontade, imaginação e desejo devem sempre ser apontados para o sentido da criação, do aprendizado, da abundância e da evolução;
- Sobre a morte: Já que ela é uma mera mudança de estado, uma passagem para outro formato, amplie seus planos de curto prazo para períodos mais longos. Temos tempo para preparar um ambiente atrativo não só aos nossos descendentes, mas também para nós mesmos;
- Sobre os pensamentos: Se eles criam nossa realidade, por que nos amarguramos com a metade vazia do copo de nossas vidas? Melhor será pensar na metade cheia, recapitulando como fizemos para enchê-la. Podemos então usar esta experiência para preencher a outra metade do copo com realizações e júbilos;
- Sobre o amor: Se esta força pode mudar a estrutura cristalina da água, pode também contribuir para a mudança do nosso pedaço de tempo e espaço. O amor ao próximo, através do engajamento a uma causa social; o amor à família através de uma convivência mais harmônica e menos ego centrada; e o amor à uma paixão antiga ou recente na figura de um(a) companheiro(a) de caminhada, através de maior dedicação, mais ouvidos para ouvir, e maior cumplicidade, faz-se mister nos dias de hoje.
A melhor síntese para concluir este texto pode ser dada pelos primeiros versos da música “Peça a Deus”, interpretada por Sandra de Sá e outros músicos e cantores do projeto Playing for Change: “Peça a Deus que os homens encontrem os seus passos perdidos; e que os sonhos despertem esses olhos dormidos; que o amor transborde e vivamos em paz”.
Referências:
EMOTO, Masaru. Messages from Water, Vol. 1. Tóquio: Hado Publishing, Jun,1999.
SÁ, Sandra de. SATCHITA – Canção pela paz universal. In: Playing for Change. Disponível em https://playingforchange.com/musicians/sandra-de-sa/. Consultado em 12/10/2016.
LENNON, John Winston; e McCartney, James Paul. All You Need Is Love. London: Parlophone Records, 1967.
PURSEY, Kirstie. Five Spiritual Beliefs That Are Now Finally Being Recognized by Science. In: Learning Mind Magazine. Disponível em: http://www.learning-mind.com/spiritual-beliefs-recognized-science/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+LearningMind+%28Learning+Mind+email%29. Consultado em: 11/10/2016.
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