A Necessidade da Comunicação

por Ruy Motta

“Quem não se comunica, se trumbica”

Abelardo Barbosa – (Chacrinha)

Saber se comunicar é essencial para o relacionamento humano.

Ninguém vive isolado sem se comunicar com os demais. Durante a maior parte do tempo utilizamos a comunicação, seja através da fala, da escrita, da leitura ou da escuta.

A comunicação ocorre pelo menos entre duas pessoas: o transmissor e o receptor. O que pode impedir um bom relacionamento é uma comunicação ineficaz.

Nem sempre a mensagem que queremos transmitir é percebida completamente pelo receptor. Como somos serem humanos diferentes, filtramos a compreensão da realidade através de nosso cérebro. Questões pessoais como valores, crenças, objetivos de vida, e cultura, que são diferentes para cada pessoa, ocasionam omissões sobre o que está sendo comunicado, distorções, e generalizações, que nos levam a compreender de maneira diferente o que chamamos de realidade.

A comunicação trocada entre pessoas também não se resume às palavras que são ditas, mas a mensagem também é percebida através de gestos não verbais e entonação da voz. Melhor entendimento é percebido quando o transmissor e o receptor estão presentes fisicamente.

As pesquisas indicam que as falhas de comunicação são as fontes mais frequentes de conflitos interpessoais (Robbins, 2011).

No seu livro, Comportamento Organizacional, ele apresenta algumas barreiras que podem tornar a comunicação ineficaz:

  • Filtragem: manipulação da informação pelo emissor para que ela seja vista de maneira mais favorável pelo receptor. Por exemplo, quando uma pessoa diz para outra exatamente aquilo que ela acredita que a pessoa quer ouvir;
  • Percepção seletiva: o receptor vê e escuta seletivamente, com base em suas próprias necessidades, motivações, experiências, história de vida e outras características pessoais.
  • Sobrecarga de informações: quando as informações com as quais se tem que trabalhar excedem a capacidade de processamento. O resultado é a perda de informações.
  • Emoções: sentimentos emocionais, no momento em que se recebe a mensagem, influenciam a maneira de interpretá-la.
  • Linguagem: O emissor tende a julgar que as palavras e os termos usados por ele na transmissão da mensagem têm o mesmo significado para o receptor; isso nem sempre é verdadeiro e cria dificuldades na comunicação.

Através dos meios de comunicação difundimos nossas ideias e pensamentos, discutimos nossas divergências e encontramos soluções para problemas.

A tecnologia de comunicação chega ao ponto de atrapalhar o relacionamento humano. Nos bares e nos transportes coletivos é comum vermos as pessoas entretidas no telefone celular, reduzindo-se, ao mínimo, as conversas. Ganhamos em termos de velocidade da propagação da informação e de participação em diversos grupos. Perdemos o contato pessoal, o olho no olho, a capacidade de nos relacionarmos como pessoas. O calor humano foi trocado pela frieza de uma frase em aplicativos. Perdemos também um tempo precioso vendo assuntos sem interesse. Perdemos o foco e adquirimos o vício de não poder ficar muito tempo sem checar se há algo para ver.

Vivemos na sociedade que presenciou a maior transformação tecnológica dos meios de comunicação nas últimas décadas: do código Morse, no rádio, até a transmissão de TV ao vivo. O que acontece agora em um país passa a ser notícia no minuto seguinte em todo o mundo.

A velocidade da comunicação permite acelerar o desenvolvimento de pesquisas, estudos e trocas de informações entre pessoas localizadas em diferentes países. Antes era necessário se comunicar através de cartas ou contato direto, demandando um tempo considerável para tratar um assunto. Com o advento da internet o mundo foi transformado em uma grande aldeia global. Agora todo o conhecimento humano passa a estar disponível “online”.

A tecnologia deve, sem sombra de dúvidas, ser utilizada, mas sempre com o ser humano no controle. Ele decide quando utilizá-la; ele deve possuí-la, e não ser possuído por ela.

Referências

Robbins, S. Comportamento Organizacional. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2011.

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