por Ruy Motta
As pessoas reagem emocionalmente a mudanças que ocorrem na sua vida.
No ambiente corporativo esta reação pode levar a opção de se manter o Status Quo e adiar mudanças necessárias para não ter que lidar com reações emocionais de diversos matizes.
Quando as mudanças são implementadas a autoestima e moral das pessoas varia conforme a curva da figura 1.
Figura 1
Principais pontos da curva:
- Entorpecimento: é quando se recebe a notícia da mudança. Fica-se meio anestesiado com a informação de que se iniciou uma mudança para uma nova situação.
- Negação: estágio em que há dificuldade de se aceitar a mudança, não se quer acreditar no que está acontecendo e queremos que tudo fique do jeito que era antes. Tendência a fugir da realidade e ainda há esperança que nada aconteça. Nega-se que a mudança vai dar certo.
- Raiva: estágio que ocorre quando o indivíduo reconhece que negar não vai adiantar mais. Ele começa a ficar frustrado e seu estado torna-se alterado com descontrole das ações onde reage com raiva ao que acontece. Questiona-se e desconfia-se de tudo e de todos. Utiliza frases do tipo “por que eu? Isto não é justo”.
- Barganha: estágio em que controlamos as ações e procuramos negociar para deixar algo do jeito que era. Baseado em crenças e valores faz promessas esperando que a situação se resolva. Utiliza frases do tipo “será que não dá”, “não seria possível”.
- Depressão: estágio em que não há mais o que se negociar e não reage mais. A angustia aumenta. Torna-se introspectivos e nos isolado. Utiliza frases do tipo “eu estou tão triste”, “porque me aborrecer com alguma coisa”.
- Aceitação: estágio de adaptação deixando de resistir e conformar-se com a nova situação. Adapta-se a nova realidade e utiliza frases do tipo “tudo vai dar certo”, “se não posso lutar contra, devo me preparar para a nova situação”.
Observe-se que durante os pontos B e D há uma perda de produtividade da equipe devido à baixa da autoestima e ao ambiente propício para murmúrios entre os empregados. A área de cafezinho lota de grupos conversando em voz baixa e criticando a mudança efetuada.
Este estado de coisas não é interessante prosseguir. Então o Líder e não o chefe, pois há grande distinção entre eles, deve ser capaz de rapidamente interagir com a equipe, injetando novo ânimo, quando justamente a autoestima começa a baixar.
Por quê? Para evitar os problemas abaixo listados, quando não ocorrem concomitantemente:
- Reduzir a queda de autoestima ao mínimo possível, representada na figura pela diferença entre Y1 e Y2.
- Reduzir o tempo de queda da autoestima ao mínimo possível, representada na figura pelo tempo entre T1 e T2.
Mudanças são talvez a maior constância na vida das pessoas, mas elas sempre reagem da mesma forma. Os Líderes precisam estar preparados para lidar com as reações adversas emocionais.
Referência
Wikipedia; Kübler-Ross model. Disponível em https://en.wikiedia.org/wiki/K%C3%BCbler-Ross_model. Consultado em 14/11/2016.